Blog de Aureus

Gosta de algum post?  Envie-o a um amigo por e-mail. Isso ajudará a manter o blog.
Gosta do blog? Subscreva-o, e não perderá os novos posts:  Add to Google
Sugestões, comentários, criticas, elogios, qualquer coisa que deseje... Mande-me um e-mail, eu respondo! 

14 de janeiro de 2009

O Cardeal e os Mouros

Há coisas que não se esquecem. Ainda existem agravios pela "invassão dos mouros". Parece que Algarve poderia para alguns ser AllGarve, mas não al-Gharb al-Ândalus. Vergonha do passado?

Então temos o Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa a dizer às meninas portuguesas que «Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Ala sabe onde acabam». Provávelmente as meninas portuguesas que são portuguesas e muçulmanas devem ter ficado no mínimo chocadas. Mas, como é obvio, para este senhor essas meninas, ao serem poucas, não contam (parece que a qualidade das pessoas tem a ver com o seu número, bonita noção para um patriarca religioso). Não que não seja verdade que há livros que estabelecem imperativamente a inferioridade e obediência da mulher para com o homem: veja-se o alcorão, a biblia... (será mais um esquecimento deste senhor?), mas depois a práctica de vida pode ser bem diferente, como acontece em muitos países (alguns deles, com maioria musulmana, mas este senhor parece que só vê "mouros").

De resto, a integração dos "mouros" (poderia ser a metade do sangue do país, mas este senhor deve ter esquecido este pormenor) está a ser difícil: «Estão a ser dados os primeiros passos, mas é muito difícil porque a verdade deles é única. Eles querem o diálogo, estão num país maioritariamente católico, porque como fazem os lobos é uma maneira de marcar os seus passos» Ou seja, não são mais do que lobos a tentar enganar a malta para depois devora-la como se fossemos capuchinhos vermelhos.

O homem teve um bonito dia de guerra santa contra os infieis, porque ainda se deu ao luxo de brincar com coisas mais serias: «O Hamas sem guerra estava a ser esquecido, tanto que os árabes não gostam deles, por isso precisou de um conflito para vir ao de cima e Israel é para ganhar as eleições», considera o cardeal, estranhando como é que os israelitas deram de «mão beijada» aos extremistas islâmicos aquilo de que necessitavam para sobreviver. Ou seja, o cardeal consegue extranhar que o exército israelita dé de mão beijada mais de 1000 mortos aos palestinianos, mais da metade dos quais, parece ser, civis (mas de 300 crianças, nas noticias de hoje, faziam parte deste números). Como pode ser tão generoso Israel? Deve ser para ganharem o seu proprio ceu. É engraçado que o cardeal possa considerar uma dávida esta quantidade de pessoas mortas. Ou não?

Sem comentários:

Não encontrou o que pretendia?